A noite do acidente, acabou com o reboque a vir buscar o carro e eu, a ir para casa dorido, tentei dormir um bocado, precisava de descansar. No domingo segui com o meu pai e irmão para Lisboa com o intuito de ir buscar o Alfa-Romeo enquanto o Corsa seguiu para as instalações da Opel, em Coimbra.
As dores eram cada vez maiores mas pensava que era normal, afinal o embate tinha sido violento. Acabei por ficar em Lisboa nessa noite, contrariamente ao que tinha previsto, não sentia-me em condições de conduzir mas na segunda, sentia-me melhor e fiz-me à estrada, tinha aulas de tarde e arranquei antes da hora do almoço, estaria em Coimbra
antes da hora prevista.
Estava no Alfa-Romeo em plena auto-estrada do norte, acabara de passar a saída para Santarém quando cheirou-me a queimado e no segundo a seguir, oiço um estrondo, o pneu traseiro do lado direito acabara de estoirar, eu seguia a cento e vinte quilómetros e o Alfa começa a entrar em pião, por puro instinto, quando percebi que já não ia agarrar o carro tirei as mãos do volante e os pés dos pedais, foi a melhor decisão a tomar! Fiz um pião em plena auto-estrada, agarrei o volante e começei a encostar o automóvel à berma da estrada, felizmente não vinha qualquer carro atrás de mim. Parei o carro, recompus-me, acalmei-me e saí do carro. Acabei por ter muita sorte, noutro carro tinha capotado e as consequências seriam bem piores.
O pneu estava feito num oito, tentei mudar o pneu e começou a doer-me as costas, sentia também, um formigueiro nas pernas. Nesse momento percebi que não ia conseguir, liguei para a Brisa a pedir um reboque para desempanar-me. Sentei-me no carro, esperei enquanto as dores aumentavam, nessa altura tinha sempre comigo comprimidos para dores, tomei dois, aliviou-me um pouco. O reboque chegou, o mecânico trocou o pneu e continuei a minha viagem e ao chegar à ARCA, as dores tinham voltado ainda mais fortes, não cheguei a sair do carro e disse a um colega para comunicar aos professores que não sentia-me bem e que não presenciaria as aulas desse dia, fui para casa.
Ao entrar em casa dirigi-me à cozinha e tomei mais dois comprimidos, pousei o telemóvel no balcão e fui para a cama. Consegui dormir um bocado mas acordei outra vez com dores, cada vez mais excruciantes, as pernas não tinham força, não conseguia levantar-me e estive assim dois dias, a sofrer e sem comer. Não conseguia sequer chegar ao telemóvel que tinha deixado na cozinha. Ao fim dos dois dias consegui-me arrastar até ao café por baixo de casa e com lágrimas nos olhos liguei ao meu pai para vir buscar-me. Um dos empregados do café ajudou-me a subir, levei um bolo e uma garrafa de leite, deixei-lhe as chaves para que o meu pai conseguisse abrir a porta e deitei-me, tomei mais três comprimidos para as dores.
Três horas depois estava de volta à CUF, eu já tinha planeado ser operado durante as férias para retirar as placas e parafusos, de maneira a não estorvar as aulas, estes acontecimentos acabaram por precipitar a operação. O doutor Noronha e Andrade nem quis acreditar quando soube que tinha tido mais um acidente. Há fases de uma vida em que nada corre bem, mas este fim-de-semana foi demais!
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