Em Novembro de 93 já estava ambientado a Coimbra, tinha feito amigos, as aulas corriam bem e já andava a namoriscar! Bem, as aulas não tão bem como isso, foi complicado ao princípio, os trabalhos acumulavam-se e as directas eram muitas!
O Marcio, era um colega da ARCA que vivia na rua perpendicular à minha, para além disso, amigo do Zé e da Joana pois a sua familia era de Soure, obviamente criámos logo laços de amizade! Foi ele o responsável por a alcunha de "Manike" continuar em Coimbra. Os pais dele, eram fabulosos, faziam sempre questão que frequenta-se a sua casa para sentir-me adaptado à minha nova realidade e passavam a vida a convidar-me para jantar por lá, tinha uma irmã, de nome Sara, de feições asiáticas por quem tive uma paixão e com quem namorei.
Uma noite como tantas outras, sai com o Marcio e mais um rapaz, que não lembro o nome, como era usal para tomar café. Não me recordo o porque mas fomos a outro lugar que não o habitual, eu na minha Cagiva, O Marcio na sua Dt Lc mais o amigo. Na volta para casa, o Marcio seguiu à frente enquanto eu calçava as luvas e colocava o capacete, arranquei em direcção a uma rotunda e ao lá chegar, deparo-me com um sinal de obras no momento em que já me encontro todo inclinado para fazer a dita rotunda, para meu espanto o piso está coberto de uma camada de areia com cerca de dois centímetros, a Cagiva começa a fugir de frente e antes de cair ao chão tenho o instinto de preservar a minha adorada mota, colocando o meu corpo por baixo da mota, entre esta e o asfalto! Depois de andar a deslizar vinte a trinta metros com a mota em cima de mim, levantei-me e tentei erguer a mota mas não consegui, a perna direita doía-me horrores e então percebi, que a minha atitude por paixão à mota, tinha feito com que ficasse com a rótula da perna direita, à mostra.O Marcio entretanto tinha voltado para trás, pois já se tinham passado cerca de quinze minutos e eu ainda não tinha aparecido, deu comigo sentado no lancil de perna esticada a jorrar sangue e com a mota a meu lado, de pronto chamou uma ambulância que levou-me para o hospital. Ao lá chegar fui atendido por um daqueles médicos das urgências, que a última coisa que querem é estar ali! Foi mal-educado comigo e eu respondi-lhe à letra, pois não sou daqueles de me calar, isso custou-me que o dito médico, limpasse a ferida enfiando o gargalo do desinfectante dentro do meu joelho, o que me provocou dores bárbaras! Quando com um ar sarcástico, voltou-se para mim e disse que agora iria cozer-me, eu mandeio-o às favas e que ia para Lisboa, para acabarem o tratamento!
Ao sair numa cadeira de rodas, eis qual o meu ar de espanto, ao ver que com o Marcio e a sua família estavam também, o Ni e a Teresa à minha espera, não me recordo como souberam mas a verdade é que, sempre que eu precisei, eles estiveram presentes! Contei o que se tinha passado no hospital e o Ni ajudou-me a entrar para o carro, despedimo-nos do Márcio e da sua família e dirigimo-nos para o Hospital de Miranda do Corvo, onde estava de banco, o Roxo, um outro amigo do meu pai. A distância de Coimbra a Miranda, são de cerca de trinta quilómetros e embora o Ni estivesse a conduzir devagar e com muita atenção, fui o caminho todo cheio de dores com os solavancos.
Em Miranda, o Roxo deu-me uns comprimidos para as dores, os modos como me tratou eram tão diferentes, para melhor, dos do médico de

Na altura achei incrivel como era possível uma obra daquelas estar tão mal assinalada, lembro-me de pensar que até era bom ir uns dias para Lisboa, precisava de descanso, e julgava que tinha tido muita sorte! Mal sabia que seria o primeiro azar numa sequência de muitos...
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