The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Continuando a saga de Pedras del Rei...
Chegámos ao nosso destino. Sentámo-nos na esplanada do café à espera do Ivo e da Vera. Eram seis da tarde quando eles chegaram. Estava com o René, a relaxar ao sol, a beber uma imperial e a contemplar a piscina. Estava na hora de conhecer a casa onde iamos pernoitar. Ao abrir a porta da casa deparo-me com o caos total! Um quarto e sala mal amanhado, uma casa-de-banho e uma kitchnet. O pó e o cheiro eram demais mesmo para mim que não tenho olfacto!
O senhor Ivo e o senhor René arranjaram maneira de desparecer do mapa e seguir rumo para o café. A fava saiu a mim e à Vera. Dividimos o espaço em dois e começamos nas limpezas. Eu fiquei encarregue da casa-de-banho e a Vera da cozinha. Depois de calçar umas luvas despendi uma embalagem inteira de amoniacal nas minhas limpezas! A casa de banho ficou um brinco a cozinha equiparava-se e depois de muito suor retornámos ao café à procura dos fugitivos. Raspanete passado e excursão ao supermercado para comprar os mantimentos necessários para o fim-de-semana.
Retirando a primeira noite em que fomos sair para o Bubbi, o resto dos dias foram passados na pasmaceira e com o pormenor de a Vera chagar-nos o juizo de cinco em cinco minutos para irmos a Ayamonte! A mãe dela que era uma bronca, tinha-lhe dito que era um mundo diferente, era Espanha! Eu replicava que não havia necessidade de gastar gasolina numa viagem para ir ver uma terra que é uma cópia de Vila Real de Santo António. Mas o martírio continuava e ela não se calava. Sempre que podia colocava a deixa - Podiamos ir a Ayamonte! Quando vamos a Ayanonte?
Eu até me considero uma pessoa com muita paciência, o René é outro igual e o Ivo. Bem, o Ivo não tem explicação, é a paciência em pessoa! Estavamos todos na esplanada a gozar o sol e a beber umas cervejas em amena cavaqueira quando mais uma vez do meio do nada aparece a mítica frase - Podíamos ir a Ayamonte! Transbordei o copo dos meus limites! Viro-me para a Vera e aos altos berros digo: - Queres ir a Ayamonte! Então vamos à merda de Ayamonte! Levantei-me, o René seguiu-me e entrei no carro. A Vera com um ar meio de espanto, meio feliz foi com o Ivo, para o carro dela. Parei o carro ao lado do dela, abri o vidro e disse-lhe: - Quando voltarmos vais me dar razão! Mas estou farto de te ouvir e só para te calares vou-te fazer a vontade! De seguida arranquei a todo o gás!
Pelo caminho o René gozava com a situação e comentava a pachorra que todos estavamos a ter com aquela atitude da Vera. Ela excitadissima telefonou à mãe a dizer que ia a Ayamonte! Ela desejou-lhe boa viagem! Passei a ponte sobre o Guadiana e entrei na vila. Estacionei o carro, a Vera parou atrás do meu e aí começou o gozo! O René dizia: - Olha Vera, um carro espanhol! Olha, um café espanhol! E ali, olha, olha! Espanhóis! Como era diferente o mundo a quarenta quilómetros de distância! A Vera desiludida fulminava com os olhos o René que fazia pouco dela com insistência! Fomos serenar ânimos para um café que aprecio por aquelas paragens e aproveitei para comprar uma marca de leite espanhola que é muito do meu agrado.
Voltámos para Pedras del Rei e aí, a tensão aumentou! Pela primeira vez na minha vida vi o René exaltado! Teve uma discussão de cortar à faca com a Vera sobre o rídiculo daquela tarde e como ela esteve o tempo todo a chatear-nos, confiando na conversa da mãe! Após separarmos os dois para um canto, aconteceu o insólito que fez com que as coisas terminassem por ali. A mãe da Vera ligou-lhe e fez-lhe uma pergunta.
- Então fizeram boa viagem? Correu tudo bem? como se Ayamonte fosse do outro lado do globo e tivessemos feito uma viagem repleta de aventuras! Eu, o Ivo e o René desatámos a rir à debandada, a Vera corada de vergonha pelo rídiculo da situação e sem saber o que dizer! Respondeu-lhe: - Sim fizemos boa viagem! Já não conseguimos e foi um fartote! Desatámos todos a chorar de tanto rir, até a própria Vera!

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