The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Estranho que neste país, os adolescentes não tenham uma noção real do que é a Queima das Fitas em Coimbra. Todo o adolescente procura diversão, impregnada de uma dose de loucura e liberdade. Se existe hora e local onde isso é possível, e que conte com a anuência da população, esse local é a Queima de Coimbra.
Quando por lá passeei os livros, de tudo vi um pouco, era uma semana de fazer arrepiar Woodstock. Excessos na bebida eram mais que muitos, libertinagem em extremos e muitos, mas mesmos muitos episódios caricatos. Imbuído neste espírito, também ia na onda e cometi os meus excessos. Existem memórias claras, outras vagas, sorrisos contidos ao recordar, aventuras amorosas e loucuras.
O álcool tem um efeito caricato, por mais que se tente explicar ao estudante de Coimbra que beber em demasia, não é sinónimo do corpo conseguir boiar, há quem não acredite. Nos longos anos que leva a Queima, quantos não tentaram por em causa essa teoria, quando iam ao rio fazer as suas necessidades? O resultado era sempre o mesmo, mais um morcego ensopado!
Quem diz que levar uma loira para casa é garantia de a encontrar na cama na manhã seguinte, está errado. O susto é grande quando se acorda e encontra-se uma morena de feições bem diferentes! Nada como sair para o pequeno-almoço de surra, deixando um bilhete a agradecer pela noite e recomendações para fechar bem a porta ao sair. Para tudo à solução.
As manhã na Ferreira Borges, têm um ar pitoresco, quando vistas de um ponto de vista sóbrio, com capas e batinas a servirem de cama a muitos. É ver os para-médicos a fazerem as recolhas matinais ao hospital. Pelos cafés, já se cantam Baladas de Coimbra, por entre um copo de vinho, Moscatel ou Favaios. O que interessa é que tenha álcool! O engraçado é como a população acha todos estes excessos salutares e por muitas vezes junta-se aos estudantes.
Das memórias que guardo da Queima, a que mais aprecio é a história da Rotunda. Estávamos em 1996 e por toda a Lisboa se viam bonecos gigantes do Gil, a fazerem propaganda à Expo 98. Acordei tarde e dirigi-me de carro para uma reunião de café com o bando do costume. Na praça da República já havia bastante movimento, comecei a subir para a universidade e qual não é o meu espanto quando ao passar pela rotunda onde se encontra a estátua do Papa João Paulo II, este não estava sozinho. Tinha por companhia um boneco do Gil, decorado com uma capa estudantil e um t-shirt com o seguinte dizer: O Gil também é um dos nosso! Desatei em gargalhada contínua, que quase provocou um acidente, na rotunda!

P.S.: Muito sofre esta estátua do Papa!!!

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