The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Olá meu amor. Eu sei que não sou fácil, que sou teimoso, orgulhoso, de temperamento volátil mas também sei, que fui eu para ti, sem segredos, sem máscaras, simplesmente eu. Nem sempre bonito, nem sempre elegante ou atractivo mas sempre, sempre teu, com todos os defeitos que me assistem. Não é fácil lidar comigo, não admira que ande aos caídos há tantos anos, não é? Mas investi tudo em ti, em nós. De corpo e alma, e infelizmente sempre com muito medo que o sonho acabasse. Camada, a camada foste descobrindo o meu ser. Aquele que escondo do mundo inteiro, aquele que não se acha digno de nada, nem ninguém. Aqui esteve para ti. Como nunca, como nunca se mostrou a ninguém.
Temos uma história tão rica, para o bem e para o mal. Também acho que nunca a escreveria de outra forma. Sempre intensa, sempre viva, sempre cheia de tudo. Se calhar foi esse o nosso mal, se calhar foi o sentimento ser tão grande. O meu, foi arrebatador. O teu, foi crescendo com o tempo. Nunca quisemos as mesmas coisas, ou se calhar quisemos mas de formas diferentes. Lutámos um contra o outro, lutámos cada um à sua maneira, cada um contra o seu mundo mas nunca juntos. Tentámos, sofremos, magoámos, desolámos... mas continuamos cá, isso é que importa.
Foste tão, tão, minha amiga. Posso não concordar com tudo o que fizeste mas agradeço, a forma como te empenhaste. Não há palavras, não há sentimento ou gesto, para demonstrar a gratidão mas meu amor, rainha do meu coração, mulher da minha vida, senhora do meu ser. Não dá. Somos aquele amor impossível. Falta só aquele bocadinho, que faz toda a diferença, para que as peças encaixem. Não poderei nunca ser completamente feliz, se não for contigo que partilho a minha vida mas também, não consigo aceitar que depois de tudo, de realmente tudo, possas duvidar do quão importante és para mim.
Eu acredito em grandes amores, porque tu foste o meu. Aquele amor que tudo consome. Aquele amor que entra impetuosamente como uma chama descontrolada e que com os anos torna-se numa labareda constante, que queima em silêncio. O nosso amor é daqueles amores, que serve de inspiração para criar romances e músicas. O género de amor que ensinou-me mais do que imaginava sequer viver um dia, e que retribuiu numa compensação infinitamente desproporcional.
Não sei de ti faz tempo, não procuro, não quero saber, evito até. Mas quando respiro, parece que não consigo inalar todo o ar, porque esse resto que falta, é teu, és tu que me dás, és a parte de mim, que me faz sentir completo.
Não entendes que o bom que me dás, também sofoca-me. Preciso de espaço, de confiança, de saber apenas que estás ali. De sentir que não sou segunda escolha, que me assumes, sem ter de estar algemado a ti. Não gosto, nem sei lidar com a tua disponibilidade para os outros, da mesma forma que tu não sabes compreender a minha fidelidade. Acho que funcionamos em frequências diferentes, emitindo a mesma canção.
Amor da minha vida, eu estive preso, Lembras-te? Eu sei e vou sempre recordar o teu olhar quando olhaste para mim naquela primeira visita. Era o dia dos namorados, tentaste segurar as lágrimas, eu tentei ser racional, não merecias estar ali. Beijaste-me e disseste: hoje é o nosso dia, é dia dos namorados. Mas o que tu não entendeste, é que essa prisão não terminou, quando sai cá para fora. Ainda estou preso dentro de mim. E no momento que mais necessitei da tua compreensão, foi quando tu falhaste. Eu sei, não tens culpa, andamos sempre desencontrados. Mas não faças filmes, não me dou a ninguém e nunca serei de ninguém, porque se é para ser, então desculpem, mas aquela teimosa, que só quer tudo à maneira dela, é dona e senhora do meu coração há muito tempo. São seis anos de amor.
Seria tão diferente se fossem vinte. Já te passou isso pela cabeça? Oh como eu gostava que tivesse sido assim. Seriam vinte anos de cumplicidade, seria uma história ainda mais rica. Seria o pai da nossa princesa. Que orgulho. Mas não é essa a nossa história, não crescemos juntos, embora tenhamos desabrochado na mesma altura. Foi apenas um desencontro, seguido de um encontro fora de horas, recalcado por várias experiências, que acabaram por influenciar o nosso futuro.
Fui bafejado pela sorte por poder viver o amor da minha vida. Aprendi contigo, dei o que tinha e não tinha e moldaste-me à imagem do que esperavas de mim. Sem questionar a forma de estar, vestir ou de conviver com terceiros. Foi uma experiência única, singular, mas que não se perpetuará no tempo.
O amor só por si, não conquista tudo. Não resolve os erros irreparáveis do passado, não vence a mágoa, a desconfiança ou supera a falta de respeito. Por isso, acho que a maior prova de amor que posso oferecer, é simplesmente deixar-te ir. Não viver o resto da minha vida ao teu lado, não retira uma vírgula ao significado que foram estes seis anos mas é hora de partir.
É tão bom sentir-te feliz, é tão bom sentir que estás bem. A minha gratidão impede que qualquer sentimento de dor tome posse. Eu sei que não entendes isto, sei que não me compreendes, nunca conseguiste completamente entender-me, não é? Mas acredita, ao menos por palavras. Acredita. É bom saber que estás bem. Irei sempre sentir-te, irei sempre sofrer por ti e estarei aqui no dia que chamares por mim. Afinal és a minha mulher. És o amor da minha vida, a metade da minha existência e apenas quis deixar o meu agradecimento.
Agradecer por tudo o que fizeste por mim, por tudo o que vivemos, por tudo o que partilhaste. Obrigado Rainha, por todo o apoio e sempre, sempre, estarei aqui para ti, se assim desejares.

Beijinhos CSaid

Hoje estive à tua porta a ouvir isto :) Acho que agora encontrei a minha paz,