Ainda vive em mim a vontade de resgatar um sonho, um sonho que sempre foi só meu. Uma ilusão que só a mim envolveu, embriagou e talhou o mais intimo de quem eu sou.
Eu sei, eu realmente sei que foi apenas uma grande ilusão, porque quando alguém se dedica, não existe aborrecimento, perda, não existe esforço... dá porque o acto de dedicação satisfaz.
O acto de assunção, é algo natural que advém de um estado de espírito. Não se força. não se exige, existe porque é o caminho da essência de um estado, de uma condição.
Embora, com a plena noção da realidade, não deixa de chorar o sonho perdido, por mais que o fogo se torne chuva dissolvente, ela corrói na esperança de pensar que poderia haver uma opção para outro rumo, outra hipótese, que acima de tudo não levasse ao desespero e a tanto sofrimento. Será que havia essa possibilidade? Será que era possível não humilhar ou mesmo humilhado, ser assumido? É tão difícil acreditar mas irá sempre pairar essa possibilidade na nuvem cinzenta.
Cansado de viver assim, cansado de sentir falta, cansado de não ultrapassar o muro do amanhã e nem com o anjo que sustenta e dá guarda ao ser, consegue suportar tamanho fardo para transpor tamanho obstáculo mas tudo passa, tudo sempre passará. A Vida vem em ondas como o mar, num vai e vem infinito... e chegará o dia que esse muro será transporto.
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