
Hoje faria um ano de vida mas o que ontem foi verdade, hoje é uma utopia sem validade. Acredito no físico, acredito numa imagem a dois em que existe balanço, harmonia, onde o todo demonstra ser um só. Desde o início mantive sempre a mesma frase: - Somos de ligas diferentes. Hoje percorri as imagens de uma existência a dois e é curioso ver o caminho percorrido. As primeiras fotos demonstram essa distância de vivência. Folheia-se umas quantas mais à frente e chega-se a um preciso momento, onde é possível visualizar a tal harmonia. Onde os mundos já não parecem tão dispares. Nessa foto, que guardo como o momento do encontro desses mundos, aquela imagem onde tudo parece fluir no mesmo sentido, onde o todo da mensagem encontra-se em qualquer ponto da imagem, vislumbro o casal perfeito.
Percorre-se mais umas folhas, tal como um movimento animado, e volta-se a sentir a distância a reaparecer. Chego à imagem final, a última prova dessa existência a dois, e vejo como a frase inicial fazia tanto sentido, desde o seu princípio. Ainda há uns tempos, mostrava essa imagem final a outra pessoa, que não presenciou esta fase da minha vida. Chegámos ambos à mesma conclusão. A foto não bate certo, falta-lhe algo. É verdade que não apresentei a tal imagem especial, onde consigo vislumbrar tudo a conciliar-se mas não será por apresentar, essa única imagem, que a sensação de desequilíbrio desaparece ou retira razão a uma opinião consolidada e plena de certezas absolutas.
Esta mesma pessoa, é aquela com quem recuso-me hoje em dia, a registar um momento fotográfico. Talvez seja um receio válido, provido de lógica, de que se esse momento for capturado, eu acabarei por encontrar nele, alguma razão para uma imperfeição que não quero vislumbrar. Estou tão bem no desconhecido ;)
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