The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Pesado o ar, num espaço brando de bondade. Sentido, o estado constante de ansiedade. Um jogo contínuo, que se perpetua no tempo, há demasiado tempo. Palavras que não chegam, momentos que não se vivem, sentimentos que tardam em desaparecer e esta esperança idiota que não arranja maneira de morrer de vez.
Queria ter a fórmula da pílula do esquecimento, de não viver um estado de graça, que não possui graça nenhuma, com a sua ausência imponente e insolente. Estou cansado de esperar, na esperança do momento em que a página do livro é finalmente desfolhada e não se pensa, não se racionaliza, simplesmente sente-se e demonstra-se.
Há dias assim, dias em que a inevitável impaciência, apodera-se como uma bala fulminante, embriagando o consciente com a sua verdadeira realidade. Há dias que desespero, outros que abstraio-me e há aqueles em que finjo. Finjo não ser quem sou, finjo não sentir o que sinto e finjo ainda mais que é mesmo assim que quero estar. Finjo acima de tudo, que não existes, tal como a história de sonho que vivi. Há alturas que consigo fingir tão bem, que chego por breves instantes, a acreditar que nunca foi real. Hoje, não é um desses dias.

Contagem Ao Segundo