Eu lutarei para que morra em mim o desejo de amar o mel dos teus olhos, porque a exaustão que tomou conta do meu ser, seria uma penitencia eterna. Quero ter fé, na crença de que não irei cair em tentação desesperada de um abismo profundo e conseguirei levar o barco a porto seguro.
No entanto a tua fugaz presença foi o tornar da noite em dia, e eu sinto que levarás para sempre a minha pele na tua pele, como na minha por longo tempo ficará tatuado o teu sabor a sal. Foi um desencontro no tempo que trouxe até mim a misteriosa essência do teu ser num desordenado abandono à felicidade.
Longe não se encontra o dia em que a tua face encostará em outra face. Uma silhueta diferente da minha mas compreensiva, presente, paciente e que verdadeiramente ames. Isso será possível no instante que conseguíres encontrar a paz que necessitas para resolver o que não está resolvido. Essa porta já não se encontra trancada a sete chaves, foi semi-aberta ,porque eu fui o teu parceiro confidente no íntimo da noite mas tu não perceberás que quem a abriu fui eu.
Eu ficarei na minha solidão, como o veleiro perdido no horizonte, navegando no silêncio da luz do farol, vagueando nas ondas da noite. Levarás contigo sempre a minha presença ausente, que de vez em quando recordarás, por necessidade de um pequeno gesto, um sorriso ou uma palavra de incentivo.
Nessa recordação de mim, conta os teus anseios que te consomem ao mar agitado, que as palavras jogadas no sopro do vento, viajarão sobre as estrelas cintilantes, até chegarem a mim e eu tentarei ser a tua voz presente, numa ausência apaziguadora e serenada.
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