The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Existem alturas em que o silêncio se apodera do tempo, por muito que as pessoas te rodeiem. A alma levita e foge da emaranhada multidão e do corpo suspenso na sua pose. Levita para sonhar acordada a desejar o que nunca se teve. E nesse levitar, percorro o caminho onde deambulam as dúvidas que os "ses" me deixaram. Ainda rendilha nos meus pensamentos a dúvida do que seria o futuro, mas o sentimento maior ensinou-me a mentir e não morrer em buscas desenfreadas à procura de uma presença tua. Embora ainda haja um pouco do teu tempo, das tuas palavras, do teu cheiro em cada momento de mim.
Percorro a maratona destas dúvidas, buscando a solução para cada um desses momentos, para cada decisão e acabo sempre na mesma encruzilhada. O correcto não fez sentido. Pode ter acabado mas não terminou, porque sei que num momento de real querer, eu estarei cá para outra vez ensinar-te a voar, porque fui eu que roubei a tua essência e a transportei aos infindáveis lugares que nunca ousaste alcançar.
Ganhei novo alento para a continuação da vida e começo lentamente a descer do sonho. Procedo à reunião do corpo à alma cansada da maratona. Olho para o relógio e apenas se passaram uns segundos desde que levitei. Pareceu-me uma eternidade. Continuo a farsa do tempo e retorno às pessoas. Aos poucos vou esquecendo a brisa dos sonhos até ao nosso próximo levitar.

Contagem Ao Segundo