Quando era miúdo, tive a sorte de crescer num local resgardado por um jardim e baloiços, foi onde brinquei ao mata, à apanhada, às escondidas e à bola. Fui criando as minhas primeiras raizes neste lugar, suportadas nas amizades inocentes da infância. Existia nesta praceta uma amizade entre um grupo de rapazotes e de entre os miúdos que viviam naquele lugar, tive sempre uma ligação maior com um rapaz de nome Bruno Reis.
Com ele brinquei, corri, joguei, saí à noite e partilhei emoções. Essa amizade perdura até aos dias que correm, embora não exista um contacto diário, e de algum tempo para cá que não nos vê-mos, a amizade e as memórias das aventuras continuam presentes.
O avô do Bruno possui várias propriedades e entre essa variedade, uns quantos apartamentos em Isla Canela, perto de Ayamonte. Por duas vezes fomos para lá passar o fim-de-ano e em ambas, foram dias repletos de histórias. Da primeira vez, eram quatro malandros! Eu, o Bruno Reis, o Bruno Brito e o meu irmão. Mais tarde, no dia de passagem de ano, juntou-se a nós o Ismael, colega de liceu, do João e do Bruno Brito. Um rapaz de bom fundo, com energia para dar e vender e propenso a criar aventuras do nada! Encontrámo-nos todos no jardim para o dia de partida, eu tinha em mente seguir viagem no meu carro e o Bruno Reis levava o seu Vitara. À hora do arranque deixei-me convencer pelo Bruno Reis que não havia necessidade de levar dois carros e acabámos por fazer a viagem, os quatro, encafuados naquela amostra de jipe!
A viagem foi uma estucha! O poderoso Vitara fazia a estonteante média de noventa quilómetros por hora a gastar vinte litros aos cem! Não houve carteira que aguentasse o rombo e a paciência necessária para tantas horas de viagem! Ao fim de estonteantes seis horas de viagem atingimos o nosso destino. Isla Canela. Fomos para o apartamento que nos estava destinado e deparámos com o holocausto! O apartamento tinha sido alugado uns meses antes e desde então ninguém tinha entrado dentro do mesmo. O estado em que os inquelinos o deixaram, era lastimoso! Móveis partidos, lixo por todo lado e sem qualquer hipótese de alojar quatro adolescentes, com o mínimo de higiéne. Acabámos por convencer o Bruno Reis que não havia condições para permanecer ali e acabámos por nos instalar noutro apartamento.
Os dias passaram-se intercalados por boas sonecas e passeatas na vila. Já as noites eram de pura borga! Foram passando entre idas a Isla Cristina e Monte Gordo, até chegarmos ao dia de trinta e um de Dezembro. Como sempre fui o primeiro a acordar e depois de ir a Ayamonte tomar o pequeno-almoço, voltei ao apartamento ao fim da tarde. Já todos estavam despertos e prontos para mais uma noite de folia. Após os aprumos, a excitação para uma noite em grande, mas no meio disto ninguém se lembrou de reservar um restaurante ou se quer de ir comprar mantimentos para uma refeição digna da noite de fim-de-ano. Já tarde e sem hipótese de apanhar o supermercado aberto, decidimos rumar a Monte Gordo e procurar um restaurante que nos aceitasse. Nada feito! Só aceitavam clientes com reserva prévia ou já se encontravam fechados! Quatro miúdos a morrer de fome e sem saber muito bem o que fazer!
O avô do Bruno possui várias propriedades e entre essa variedade, uns quantos apartamentos em Isla Canela, perto de Ayamonte. Por duas vezes fomos para lá passar o fim-de-ano e em ambas, foram dias repletos de histórias. Da primeira vez, eram quatro malandros! Eu, o Bruno Reis, o Bruno Brito e o meu irmão. Mais tarde, no dia de passagem de ano, juntou-se a nós o Ismael, colega de liceu, do João e do Bruno Brito. Um rapaz de bom fundo, com energia para dar e vender e propenso a criar aventuras do nada! Encontrámo-nos todos no jardim para o dia de partida, eu tinha em mente seguir viagem no meu carro e o Bruno Reis levava o seu Vitara. À hora do arranque deixei-me convencer pelo Bruno Reis que não havia necessidade de levar dois carros e acabámos por fazer a viagem, os quatro, encafuados naquela amostra de jipe!
A viagem foi uma estucha! O poderoso Vitara fazia a estonteante média de noventa quilómetros por hora a gastar vinte litros aos cem! Não houve carteira que aguentasse o rombo e a paciência necessária para tantas horas de viagem! Ao fim de estonteantes seis horas de viagem atingimos o nosso destino. Isla Canela. Fomos para o apartamento que nos estava destinado e deparámos com o holocausto! O apartamento tinha sido alugado uns meses antes e desde então ninguém tinha entrado dentro do mesmo. O estado em que os inquelinos o deixaram, era lastimoso! Móveis partidos, lixo por todo lado e sem qualquer hipótese de alojar quatro adolescentes, com o mínimo de higiéne. Acabámos por convencer o Bruno Reis que não havia condições para permanecer ali e acabámos por nos instalar noutro apartamento.
Os dias passaram-se intercalados por boas sonecas e passeatas na vila. Já as noites eram de pura borga! Foram passando entre idas a Isla Cristina e Monte Gordo, até chegarmos ao dia de trinta e um de Dezembro. Como sempre fui o primeiro a acordar e depois de ir a Ayamonte tomar o pequeno-almoço, voltei ao apartamento ao fim da tarde. Já todos estavam despertos e prontos para mais uma noite de folia. Após os aprumos, a excitação para uma noite em grande, mas no meio disto ninguém se lembrou de reservar um restaurante ou se quer de ir comprar mantimentos para uma refeição digna da noite de fim-de-ano. Já tarde e sem hipótese de apanhar o supermercado aberto, decidimos rumar a Monte Gordo e procurar um restaurante que nos aceitasse. Nada feito! Só aceitavam clientes com reserva prévia ou já se encontravam fechados! Quatro miúdos a morrer de fome e sem saber muito bem o que fazer!
Andámos e revirámos a vila de Monte Gordo até que, cerca das dez e meia da noite, damos de caras com um restaurante indiano que ainda nos aceitava!
Recordo-me plenamente do meu pedido. Queria algo baseado em carne, que não possuísse muito picante, acompanhado de uma garrafa de João Pires. O prato que me foi destinado consistia num bife rodeado com um molho creme onde despontavam pequenos círculos de uma cor vermelha alaranjada. Sendo um restaurante indiano e de comida exótica, não fiz muito caso do aspecto (verdade se diga, que também sou um bom garfo e que não viro a cara a quase nada). Ao fim de duas ou três garfadas, as gotas de suor começaram a transparecer na testa, percorrendo todo o corpo. A garganta ardente, como se o pitéu, de fogo se tratasse. Logo apelei à comparência do empregado, para me explicar o que não tinha compreendido no meu pedido! - Picante, sim muito bom! Picante! - Raios o partam! Eu cheio de fome e a arder por todos os lados sempre que me arriscava a provar mais uma garfada! A garrafa de João Pires levou um rombo, como nunca na vida tal me acontecera!
Findada a risota à minha conta e depois de muitas pragas rogadas ao empregado, fomos direitos ao Irish bar lá da zona, para celebrar a entrada no ano novo. Tudo corria às mil maravilhas e já nem me recordava do episódio do restaurante. Poucos minutos faltavam para a passagem de ano mas ainda tivemos tempo para nos encostarmos no balcão e pedir uma bebida refrescante. Chegada a meia-noite, distribuiu-se abraços e felicitações, com brindes à mistura e desejos de
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