Este fim-de-semana estive na festa do Vinho e das Vindimas. A festa tradicional de Bucelas. Nunca tinha ouvido falar de tal festa e estava curioso em saber como se processava. Durante a semana, fui sabendo mais pormenores, através dos meus conhecidos do núcleo sportingista de Bucelas. Sim do sporting! Ouviram bem! É uma águia na toca do leão! Querem o que? Não existe mais nada por aqui, onde se possa estar à noite! O Luís lá me foi explicando como se iria processar a festa, enquanto o Vasco me dizia o melhor sítio para ver o cortejo.
A praça central de Bucelas é contemplada, com um palco, uma zona de dança, outra de comes e bebes, uma banca de rifas, um espaço da padaria, com pão a sair na hora e uma outra em representação da junta. Ao longo da estrada podemos encontrar barraquinhas com artesanato local. O habitual nestas romarias mas o que realmente diferencia esta festa, das outras vilas, é o cortejo. Este é no domingo à tarde e apresenta vários carros alegóricos com as variadas fazes da criação do vinho.
Sexta-feira, saí do trabalho eram umas sete da tarde e fui directo para a praça, a festa já tinha começado e queria vislumbrar o que se passava. Misturei-me com a multidão que já preenchia a praça. Percorri todos os espaços e bancas. Na banca dos vinhos, para meu espanto, as Caves Velhas, só estavam representadas com o vinho branco de Bucelas. Depois fui à barraca da padaria exprimentar um pão com chouriço, feito em forno de lenha. De bramar aos céus! Percorri a zona do artesanato e segui caminho para o núcleo para ver o jogo do Beira-mar contra o Braga. Ainda o jogo não tinha terminado e já estava a ser aliciado para uma jogatana de snooker, com uns miúdos cá da terra. Depois de levarem três séries a seco, deram por finalizado o jogo! Este também era o dia da abertura do bar laranjinha que fica mesmo por baixo do núcleo e aproveitei para ir dar uma vista de olhos ao espaço. Depois do que vi, não ponho muita fé na longividade do bar. Os donos são simpáticos mas sem qualquer experiência e durante a hora que lá permaneci, vi de tudo um pouco. Bebedeiras, rixas e caloteiros a sairem sem pagar a despesa. Tenho pena, porque o espaço se fosse bem aproveitado, teria condições excelentes. Comecei a ouvir a música do bailarico e decidi, rumar para lá.
Encontrei o Luis perto dos comes e bebes, a dar o seu passo de dança. Convidou-me para juntar-me ao grupo e bem regado como já estava, aceitei o convite. O tempo foi passando com muitas rodadas de cerveja, coscuvelhices sobre as miúdas presentes. Aquela era isto e aquilo, a outra namorava com este mas já tinha estado com fulano e cicrano.... Eu no meio da conversa, sem conhecimento de causa lá ia dando o meu parecer sobre as belezas! Com a brincadeira já eram três da manhã e cheio de cerveja até à cabeça, foi com um enorme esforço que consegui despedir-me e conseguir ir embora para casa.
Sábado de manhã, pelas dez e meia, já estava de pé e fui para a vila, tomar o pequeno-almoço. Como é meu hábito, fui comprar o jornal e segui para o café. Bebi dois leites com chocolate, para ajudar a limpar o organismo e duas merendas para forrar o estômago. Depois de pôr a leitura em dia e ter feito as palavras-cruzadas, dirigi-me para a praça. Estava na hora de almoço e a barriga continuava a pedir atenção. Fiz a asneira de pedir uma fritada! Tanta gordura meu Deus! Tive de voltar a regar o estômago. Nesta vila quando se começa a beber, aparece sempre alguém para fazer companhia! O mais dificil é ir recusando mas tentei preservar-me, porque não ia ficar para a festa dessa noite, tinha outra mais siginificativa que obrigava-me a pegar no carro. Tinha de ir a Lisboa para a festa de despedida de solteiro do meu primo! Mesmo assim foi um martírio conseguir-me safar às solicitações.
Cheguei ao restaurante eram oito e meia. Não vi viva alma e indaguei o empregado sobre se seria mesmo ali o jantar da festa. tinha a ideia que era esta a hora combinada mas estava errado. A mesa estava marcada para as nove e meia. Fiquei a bebericar umas caipiroscas acompanhadas por mini-chamuças enquanto ia vislumbrando o jogo do Porto. Os primeiros a chegar foram o padrinho do noivo e um amigo. O meu primo chegou para lá da hora combinada.
O Pedro, recusou-se logo a beber, com a desculpa que não apreciava a sangria, nem as caipirinhas. Manteve-se na coca-cola mas comentou que a sua bebida predilecta é o whisky Jameson. Quando se aproximava o final do jantar, o noivo, continuava sóbrio e Eu, O Miguel e o Tiago, combinámos de pedir um Jameson para o Pedro e que o Miguel faria um discurso, obrigando-o a beber aquando do brinde! A brincadeira pegou, e o miúdo deve ter bebido uns bons quatro baldes de whisky de penalti! Tal foi a onda de discursos!
O Pedro que ao início da noite se tinha mostrado relutante a uma ida a casa de strip, como é usual neste momentos! À saída já nem sabia bem o que queria e lá o conseguimos colocar dentro do moquinhas com rumo ao strip. Pelo caminho tive de parar o carro. O Pedro precisava de vomitar e só o parou de fazer à porta da casa de strip. Ainda fui pedir umas garrafas de àgua com gás para tentar recompor-lo mas o rapaz não se aguentava em pé e só pedia para o levarem a casa! Como só tinhamos levado dois carros. Fiquei sozinho enquanto os restantes levaram o Pedro para casa. Como àquela hora já não iria a tempo de voltar para a festa em Bucelas, acabei por entrar e beber mais um copo antes de ir para casa.
Domingo, fui para a praça era meio-dia e dei de encontro com a Paula, minha colega na empresa e que estava de serviço na Enoteca. Tinha vindo cedo de mais e andava a conhecer a vila. Fomos comprar jornais. Eu, o correio da manhã, ela o público e sentámos na praça a ler-los. Pedimos uma sopa para cada um para servir de almoço. Ficámos por lá a ouvir a banda e a fazer tempo para a enoteca abrir. Estava a contar com uma prova de vinhos antes de ir ver o cortejo!
Às duas horas seguimos o percurso a pé até à Enoteca. Pelo caminho ia cumprimentando as pessoas e a Paula ia comentando como eu já estava integrado na vila. Levei logo um balde de àgua fria quando chegámos ao nosso destino. Estava lá a Dr. Maria José, não ia haver provas de vinho para ninguém! Os planos estavam desfeitos e decidi ficar por ali a ajudar e ainda aproveitei para fazer uma visita às caves, que não conhecia.
O cortejo é giro de se ver. É diferente dos cortejos que já vislumbrei. Os participantes trajados com vestes antigas, vão em cima de carros puxados a tractores, retratando cada fase da produção do vinho. Outros seguem atrás dos carros cantando, cantigas de outros tempo. Mas o meu maior espanto foi ver que no final do cortejo, as pessoas que participam sentam-se no chão ao longo das ruas, a merendar. A invocar os tempos antigos em que as pessoas se juntavam todas a seguir à vindima. Quem está presente a assistir ao costejo é convidado a juntar-se à festa, sentando-se no chão a comer sardinhas, uvas e pão e a beber vinho tirado da pipa! Muito giro e muito penoso para o estômago! Juntei-me ao senhor Júlio, perto do carro que trazia a pipa, em amena cavaqueira, sempre de copo cheio!
Quando terminou a merenda, desloquei-me para o café da praça onde me aguardava o Luis. Tinha-lhe prometido que passava por lá para provar a ginginha e comer um pão com torresmo. E foi então que fiz a maior descoberta do fim-de-semana! Então não é que os cafés oferecem àgua-pé à discrição durante o fim-de-semana!? Podiam ter-me avisado com antecedência! Escusava de ter gasto dinheiro em bebida! Bem, fiquei por ali abancado a beber a minha àgua-pé até à hora do jogo do sporting. Ainda me aguardava um lanche ajantarado no núcleo!
Cheguei ao núcleo pelas oito da noite, levei uma garrafa do nosso Bucelas para juntar à festa. Fiquei a ver o jogo do Sporting à conversa com o Bicho, um dos dirigentes do núcleo. Ele ainda ofereceu-me uma cerveja, mas já não conseguia beber mais nada! Não cheguei a participar do lanche ajantarado. Ganhei tino e achei que tinha chegado a hora de rumar à cama e fiz-me a casa! Afinal hoje é dia de trabalho!
0 comments:
Enviar um comentário