The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

À distância de um oceano, que é quase a mesma distância de Moscovo, será tão diferente da distância de um olhar? Olhar uma fotografia, não atribui o realce do brilho, não oferece aquela continuidade que se encontra num pequeno gesto, num sorriso cúmplice ou num jeito de estar . O cheiro, o movimento suave, o olhar penetrante, que só pode ser contemplado na imaginação, também demonstra a realidade da distância, quando se olha para uma fotografia.
Será mesmo só a distância do oceano ou poderá ser a vontade da presença que faz com que a distância seja importante? Horas de pensamento, de análise, no íman que faz fixar o olhar no sorriso sem movimento, no cheiro imaginativo, no olhar penetrante que se esconde por trás de uns óculos de sol. Uma saudade absurda mas com toda a lógica de sentimento, de razão, de ligação, que só se compreende vivendo na distância.
Assim se vai perpetuando o tempo, imaginando o dia, que o mundo assume a sua dieta, adelgaçando a distância de um oceano, à forma de um riacho.