
Tenho satisfação com a segurança de não mergulhar nos sentimentos e o desconforto de não viver-los. O tempo flui e com ele leva a emoção do gostar de arriscar. Vivo resignado à não opção de decidir, vivo com a consciência que optar pode magoar a mim e a outros. Que a sede insaciável de sentir os sentimentos, deve arranjar consolo na pequena troca de olhares, da carícia e do beijo dado ao de leve polvilhado com sensação platónica, que encontro em outras silhuetas. Sei que perco por não optar mas também sei que ganho muito por não optar. É a racionalidade das defesas do ser, a vir ao de cima mostrar que embora não sorva sentimentos, posso muito bem contemplar o sabor da existência, com uma suficiente vivência que outras silhuetas oferecem-me através de pequenos momentos de prazer.
Há novas que trás o vento, que dão à razão de uma decisão difícil mas lógica, a razão que a razão procurava. Não há dois sentires iguais, não há duas posturas iguais e não há duas dores iguais. Há um singular e único sentimento que podemos viver-lo nas trevas ou com a noção de foi uma etapa do caminho e com que devemos aprender a conviver. Assim optei, optei por não decidir, pois decidir implica sentir e eu não quero sentir, porque não quero sofrer.
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