The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Num fim-de-semana preenchido de actividades, onde a boa companhia foi imperatriz, reencontrei parte de um sossego que necessito para o meu equilíbrio.
Sexta-feira, tive a possibilidade de preencher o prazer da mesa, com o prazer da companhia, sempre fora de horas . Para mim, o prazer da mesa, estende-se muito mais além da qualidade da refeição. Uma boa refeição é aquela que compartilhamos com alguém com quem sentimos sintonia, num espaço acolhedor e intimista. Tive a satisfação de usufruir de um almoço transmontano condimentado de conversas agradáveis, com uma excelente pessoa, por quem tenho bastante apreço. As horas passaram como se de segundos se tratassem mas é sempre assim quando todos os bons temperos se misturam. Um bom vinho, uma agradável refeição, uma excelente companhia, uma conversa simpática e um ambiente acolhedor.
Para o jantar, um restaurante ao qual não voltava faz algum tempo e que em outra altura da vida, era local de assiduidade diária. Também mais uma vez, fora de horas decentes, na companhia de um amigo constante, com muita gargalhada à mistura, relembrando séries míticas de uma vida, Duarte e Companhia, os três Duques, MacGuiver, Casa na Pradaria, Bonanza e muitas mais, enquanto a faca deslizava num pedaço de carne macia, acompanhada de arroz e esparregado.
Sábado foi dedicado ao lado mais cultural, tendo ido passear à MAC, que imperdoavelmente já sentia falta das minhas visitas. Por coincidência do destino, à umas semanas, tinha descoberto que a MAC era propriedade do pai de uma namorada de um amigo e na altura foi-me apresentado o convite para conhecer um autor que desconhecia, Opitz. Sábado aceitei o convite e fiquei bastante agradado por ter aceite fazer a visita. Logo ao entrar descortinei semelhanças com Klimt, um dos pintores que mais aprecio. Embora fosse uma exposição pequena, despendi algum tempo a assimilar cada pincelada, cada tom e sensação intuitiva ocultadas deliberadamente. Se torna-se-me excêntrico, teria concerteza adquirido uma peça em especial, pela qual apaixonei-me ao primeiro olhar.
À noite a visita habitual, pois o cantor com novo repertório, não admite uma ausência muito prolongada. Uma novidade chamada I'm Yours, tocada pela primeira vez em cordas, deixando de lado as teclas, foi o auge do serão. A companhia bastante agradável, aliada a umas caipiroskas fizeram com que o resto da noite, se tornasse bastante acolhedora. Não foi de maior qualidade, devido a um percalço de encaixe, menos afável. Ainda assim, deu para passear pela discoteca do momento antes de retornar ao aconchego dos lençóis.
Domingo, adiei um encontro com um casal amigo para descansar um pouco mais, mas se os eventos sociais permitirem será compensado durante a semana, antes da minha viagem cultural extra território nacional. A tarde foi aproveitada para vislumbrar uma sonoridade antiga mas sempre actual. Tributo aos Beatles, coisa rara de ser presenciada, devido ao carácter privado das actuações. Rodeado de caras amigas, com quem não estava faz séculos e outras novas bastante afáveis. Uma plateia atípica ao tempos modernos, conciliada com momentos hilariantes, uns vídeos, fotos e acima de tudo uma banda irrepreensível na mestria de actuação.
A noite dedicada à visualização da chama imensa da alma de seis milhões, incorporada em onze indivíduos. Uma azia, provocada pela certeza absoluta da existência de um envelope chorudo para o homem de preto, presenteado pelo maior mafioso do país, mas que um qualquer reenie resolve. Um jantar, mais uma vez, fora de horas. Não tão saboroso como os anteriores mas bem acompanhado, onde se discutiu a azia anterior e uns peixes que parecem não se dar bem com pessoas embriagadas.
Foi bem preenchido o tempo, fez-me bem ao equilíbrio que necessito. Um bom convívio é sempre um excelente medicamento para curar os males do ser. Gostei do resultado e por isso já preenchi a semana com mais receitas do mesmo medicamento. Quatro ao todo antes da partida cultural.

Contagem Ao Segundo