The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Na minha vida, não vale a pena perder tempo a planear nada, tudo se transforma num ápice, tudo muda ao nascer de um novo dia. Por esta altura do ano passado, toda a minha vida desenrolava-se numa direcção, parecia que em todas as vertentes tinha encontrado uma certa estabilidade, que os projectos e metas propostos iriam realizar-se a breve trecho. Alguns capítulos assemelhavam-se a uma realidade quase completa, outros nem tanto mas para lá caminhavam.
Um ano se passou e pelo meio tudo se transformou. Nem os argumentistas da minha série preferida (Prison Break), seriam capazes de criar uma transformação no enredo desta magnitude. Ao entrar nos 34 fiquei convicto. Fiquei convicto que verdades absolutas não existem, sejam elas do foro profissional ou emocional. O que hoje é verdade, amanhã poderá ser a maior das falsidades.
Tão baças e longínquas vão as noites no Arriba, os cafés em Telheiras, 8 horas de camioneta ou a viagem diária para o Marquês. A constante absoluta de um vai e vem a São José, a convicção ardente de que com o tempo seria a relação perfeita, que os verdadeiros amigos eram os que estavam próximos ou que estava estabilizado profissionalmente. Fez um ano que jantava no Matos e tanta coisa mudou desde então. Já não oiço o mar faz tempo, Telheiras é local por onde já não passeio, São José mudou-se para um centro de saúde ao qual faço visitas extemporâneas. O Marquês deixou de ser um lugar rotineiro para ser um local de passagem e os amigos? Alguns ainda cá estão, sempre cá estiveram. Talvez a maior prova da sua fidelidade, outros já são só memórias vagas. Os sentimentos que pareciam ser imortais, hoje não existem, tornaram-se em compaixão e redireccionaram-se para outro destino mais recente que talvez menos cabimento tenha para existir.
No espaço temporal de um ano, tive de tudo. Perdi uma pessoa que era uma das minhas bases, tive desgostos amorosos, traições profissionais e de supostos amigos, muita hipocrisia, chorei, senti-me sozinho, senti-me por momentos perdido mas também encontrei amigos, reencontrei outros, tive momentos de folia, outros de ternura que guardarei para sempre, cumplicidades e sucessos profissionais.
Ao finalizar o ano, parei para reflectir e fiz umas quantas promessas. Acima de tudo queria provar que sou capaz, que ainda sou válido. Terminei o ano com uma vontade férrea, com objectivos concretos mas tal como recordo a minha vida à um ano, assim posso olhar para Dezembro. Tudo muda, tudo se transforma num ápice. Parece incrível a reviravolta. Como diz uma grande amiga: - Contigo a aventura é sempre uma garantia! Vou começar um novo ciclo, quando todas as baterias apontavam para outras direcções e destinos. Outros desafios batem à porta, outras pessoas, outros momentos e lugares esperam por mim. Afinal tenho de dar a mão à palmatória. Tinhas razão amiga Maya, tenho que passar a acreditar nos números, é mesmo um ano de realizações.

Contagem Ao Segundo