The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

O desenho alimenta as linhas que traçam a minha profissão e das cores brota a vivacidade do que faço na vida. Delas sobrevive a minha essência. Na idade ordinária da minha vida, com a ponta dos dedos fui percorrendo lentamente o cromático da tabela de cores. Estudei-as pormenorizadamente, deambulei nas suas associações, no significado produzido em mim e nos outros, a sensação que cada tonalidade transmite. A relação das cores com os nossos sentimentos a demonstrarem como ambos não se combinam de forma acidental, onde as suas associações não são meras questões de gosto mas de experiências universais que estão profundamente enraízadas na nossa linguagem e no nosso pensamento.
No vermelho achei o sangue, a emoção, a vida. No azul encontrei a calma, a força, o pensamento. O amarelo apresentou-me o dia, a fome, a seca. Com alguns anos de estudo, já explorara várias tonalidades, até que em certo dia de Janeiro apresentou-se uma variação de verde. Verde jade. Parei para o examinar, sorri com a visão, sentei-me e absorvi a emoção que ele me provocou. Esperei que a contemplação do outro lado do espelho, também extasiasse.
Esta noite a sintonia do tom é de verde esperança. De esperança no futuro risonho que por aí se apresenta através de um brilho castanho profundo, de sorriso marfim aconchegante e um cromático pastel sempre disposto a avivar-se e mostrar a natureza da sua força. Levantei-me mas não ando. Apenas levito, de mão dada com o reflexo do espelho, para o futuro brilhante que o verde jade proporciona.

Contagem Ao Segundo