The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Eu sei que estou bem, quando ando sobre deadlines apertados e ainda me dou ao luxo de parar, para colocar um bom som em modo ambiente. Eu sei que estou bem, quando não procuro clientes e não tenho mãos a medir para o trabalho. Eu sei que estou bem, quando entro no café do costume e sou recebido com um sorriso e um novo mimo para adoçar o paladar. Eu sei que estou bem, quando tenho a noção que estou mais gordo mas mesmo assim não me dá para ter remorsos, por petiscar todas aquelas coisas gordurosas e deliciosas. Eu sei que estou bem, quando há amigos que telefonam a perguntar ansiosos, por aquele convívio cá em casa. Eu sei que estou bem, quando os amigos enviam mensagem do género: - Então não dizes nada!? Eu sei que estou bem, quando já não me ralo com avaliações de prós e os contras e deixo-me ir é na corrente da surpresa desconhecida e gostosa do que aí vem. Eu sei que estou bem, quando o maravilhoso entre brumas, já não me choca, não cria qualquer sentimento e só demonstra que estou a reconhecer a realidade. Eu sei que estou bem, pois quando rodo a chave, estou no meu lar e não há melhor lugar para querer estar. Eu sei que estou bem, porque não há imposição de rótulos, de afirmações ou surpresas de frases que foram ditas no passado.
Realmente eu estou bem, estou como um vinho de reserva de pequena tiragem. Encorpado, que deixa sem fôlego no primeiro trago, de degustação lenta e intensa mas que não serve a qualquer paladar. Sinto-me bem e não mudava nada neste momento. Gosto deste stress laboral, gosto de ter tempo para os convívios cúmplices e de explanar quem sou, para quem gosta de sentir a saudade da minha presença constante.




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