Olá,
Desculpa a frontalidade mas sem querer perder a razão não estarás errado? Sei que emano um ser egoísta, repleto de razões fundamentalistas banais, orgulhos descabidos e de um brio que não leva interesse a ninguém mas mesmo assim pensei que estávamos pagos. Pelos vistos não estás do meu lado, abandonaste-me há muito, muito tempo e fazes questão de empurrar-me para um inferno, que de vénias se enche ao ver-me entrar. Será que fui eu ou tu, o primeiro a abandonar-me?
Seja de que maneira for, agradeço-te por tudo. Pelo bom que tão longínquo me parece, que tão longe se encontra perdido numa inocência pura de alguém em quem já não me revejo. De ter tido o prazer de conhecer todas as pessoas maravilhosas, que cruzaram o meu caminho, começando logo por aquelas que tinha dentro de casa. De todas as conversas que absorvi e enriqueceram a minha vida. Desde a sabedoria popular, à cultura visual e histórica. Das lições de sobrevivência que tenho e deste-me em todos os obstáculos que impuseste no meu caminho. Da esperança e sonhos que sempre gostaste de alimentar sarcasticamente, mesmo quando começava a perder a fé. Sem dar conta perdi muito mais do que isso, não foi? Perdi os meus, a semente, as companhias, a companheira, o sol e sempre fizeste questão de clarificar o que tinha perdido. Ainda gostas de demonstrar, de cada vez que os pulmões se enchem e a cada bater do coração. Pois bem, cansei-me do empate no nosso braço de ferro. Dou-me como vencido, ganhaste.
No fundo estou zangado e triste contigo. Pensei que eras muito mais do que eu mas afinal, és tão ou mais casmurro. Será que não entendes que é demais? Que há limites, que não devem ser ultrapassados e que a vontade própria por vezes se deve subjugar à sensatez. Também tu estás errado, porque ser feito à tua semelhança, não é proporcional a dizer que terei a tua capacidade de encaixe. Não sou exemplo, não sou um líder, nem modelo a seguir ou a ser admirado. Sou um pedinte do mundo, que viveu no sonho de realizar o que mendigava. Primeiro pedi realização financeira, depois profissional e emocional, por fim pedi paz com os que amo e a companhia dos que admiro. Todos os pedidos falharam a sua realização e pergunto-me se será só culpa própria ou não terá por aí um dedo teu?
Não te maço mais, não quero importunar a tua existência tão relevante para muitos. Acho que não foste justo comigo mas não guardo ressentimentos, pois vivi o que quis, fiz o que quis e a factura dos meu actos, só eu a poderei pagar, nunca pensei é que fosse tão cara. Desculpa o desabafo e talvez um dia, os desígnios que guardas no futuro, reservem-nos mais um confronto de ideias e debates. Talvez apeteça-me outra vez... quem sabe. Obrigado pela última lição: A verdadeira felicidade alcança-se através daqueles que amamos.
Aquele abraço,
Nuno
Desculpa a frontalidade mas sem querer perder a razão não estarás errado? Sei que emano um ser egoísta, repleto de razões fundamentalistas banais, orgulhos descabidos e de um brio que não leva interesse a ninguém mas mesmo assim pensei que estávamos pagos. Pelos vistos não estás do meu lado, abandonaste-me há muito, muito tempo e fazes questão de empurrar-me para um inferno, que de vénias se enche ao ver-me entrar. Será que fui eu ou tu, o primeiro a abandonar-me?
Seja de que maneira for, agradeço-te por tudo. Pelo bom que tão longínquo me parece, que tão longe se encontra perdido numa inocência pura de alguém em quem já não me revejo. De ter tido o prazer de conhecer todas as pessoas maravilhosas, que cruzaram o meu caminho, começando logo por aquelas que tinha dentro de casa. De todas as conversas que absorvi e enriqueceram a minha vida. Desde a sabedoria popular, à cultura visual e histórica. Das lições de sobrevivência que tenho e deste-me em todos os obstáculos que impuseste no meu caminho. Da esperança e sonhos que sempre gostaste de alimentar sarcasticamente, mesmo quando começava a perder a fé. Sem dar conta perdi muito mais do que isso, não foi? Perdi os meus, a semente, as companhias, a companheira, o sol e sempre fizeste questão de clarificar o que tinha perdido. Ainda gostas de demonstrar, de cada vez que os pulmões se enchem e a cada bater do coração. Pois bem, cansei-me do empate no nosso braço de ferro. Dou-me como vencido, ganhaste.
No fundo estou zangado e triste contigo. Pensei que eras muito mais do que eu mas afinal, és tão ou mais casmurro. Será que não entendes que é demais? Que há limites, que não devem ser ultrapassados e que a vontade própria por vezes se deve subjugar à sensatez. Também tu estás errado, porque ser feito à tua semelhança, não é proporcional a dizer que terei a tua capacidade de encaixe. Não sou exemplo, não sou um líder, nem modelo a seguir ou a ser admirado. Sou um pedinte do mundo, que viveu no sonho de realizar o que mendigava. Primeiro pedi realização financeira, depois profissional e emocional, por fim pedi paz com os que amo e a companhia dos que admiro. Todos os pedidos falharam a sua realização e pergunto-me se será só culpa própria ou não terá por aí um dedo teu?
Não te maço mais, não quero importunar a tua existência tão relevante para muitos. Acho que não foste justo comigo mas não guardo ressentimentos, pois vivi o que quis, fiz o que quis e a factura dos meu actos, só eu a poderei pagar, nunca pensei é que fosse tão cara. Desculpa o desabafo e talvez um dia, os desígnios que guardas no futuro, reservem-nos mais um confronto de ideias e debates. Talvez apeteça-me outra vez... quem sabe. Obrigado pela última lição: A verdadeira felicidade alcança-se através daqueles que amamos.
Aquele abraço,
Nuno
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