The Real Johnny Bravo

Histórias de um livro chamado vida

Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos de parede.
Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me a fúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.

Adoro este anúncio. Acho que é das melhores coisas feitas em Portugal na minha área. É esse o espírito. Ter orgulho em nós, independentemente do que te chamem. Orgulha-te do que és e de quem és. Pobres daqueles que no seu percurso nunca tiveram de alcançar o sentido de existência. A vida é uma luta constante e parar é morrer. Não interessa quantos socos levas mas quanto consegues caminhar enquanto a vida te bate, pois essa é uma constante da equação.
Assim fui, assim serei, tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto de viver

Contagem Ao Segundo