Aqui estamos para festejar mais um ano que acaba e dar as boas vindas ao que aí vem. É chegado o momento de uma retrospectiva e analisar o que foi este ano. Desta vez, tive um ano recheado de aventuras, sentimentos e marcos. Bons e maus. Algo habitual em certas matérias mas que surpreendeu-me noutras, com as quais não tinha sobressaltos à algum tempo.
Entrei em 2007 enredado numa rotina estável como à muito já não acontecia. Financeiramente e profissionalmente as coisas preparavam-se para continuarem nessa estabilidade, estava integrado numa comunidade arredada do caótico da capital, vivendo com qualidade de vida, com tempo para tudo e para nada. Rodeado pela simplicidade da vila e dos seus habitantes, empregado a fazer o que gosto e no que sou bom, reatando laços familiares e mantendo uma saúde estável, se no meu caso se pode chamar estável! Tudo parecia bem embora sempre com um sentido de vazio, de algo que me escapava e contínua de certa maneira a escapar.
Com o desenrolar do ano as coisas foram se alterando, a saúde começou a dar de si ao fim do primeiro trimestre, a vida deu sinais que a idade já não é a mesma e que por mais que queira iludir-me, não sou nenhum super-herói. A bomba que vai-me injectando de vida, deu sinal de que precisava de revisão, muito por culpa do stress que provinha do trabalho. As incompatibilidades de compreensão para a gestão de certos assuntos, levavam-me a conter dentro de mim uma irritabilidade, que proporcionou pequenos sustos. Revivi o conceito de taquicardia e dores de peito. Ao tempo que não passava por isso.Quando retornei de férias, entrei em incompatibilidade com a empresa e os seus conceitos. Passei de bestial a besta, por indagar estratégias de compadrios. O meu trabalho passou a não ter qualidade e os inconformados, como eu, foram sendo afastados ou despedidos. É uma verdade, que sou de confrontos, que gosto de levar a minha avante, que não estava habituado a estar dentro de uma empresa de grande dimensão mas no fim dá-me um certo gozo ver que independentemente de ter sofrido consequências da minha postura, afinal sempre tinha razão. Afastaram o administrador que estava a renovar a empresa, para um papel inconsequente e colocaram no seu lugar o director comercial, que assumiu uma postura de quem não se quer comprometer. O director de vendas no mercado estrangeiro, donde provinha as grandes receitas, foi despedido. Tendo logo arranjado colocação noutra grande empresa, que soube aproveitar o seu conhecimento do mercado. Não me renovaram o contracto baseando-se na premissa que a minha visão de design diferia da imagem que a empresa queria passar. Uma desculpa, como outra qualquer, por começar a fazer perguntas incómodas. Eu sei que o maior lesado fui eu e que a empresa continuará a existir mas dá-me uma certa satisfação, que devido à má gestão, o prejuízo do primeiro semestre ascendesse ao 600 mil euros, levando a novas alterações dentro da empresa e que o meu trabalho que era tão mal, tenha sido reaproveitado para novas campanhas!

Tomei a decisão nessa altura de tratar finalmente da infecção na perna. Foram meses de vai e vem para o hospital, de antibióticos em massa, de horas em consultas, que terminaram com a decisão final do internamento e duas operações para a contabilização final de vinte e cinco. Pelo caminho reencontrei amigos perdidos no tempo, que fizeram questão de estarem presentes neste momento delicado. Ainda ando em recuperação e acredito que por mais algum tempo assim andarei, porque as coisas comigo nunca são simples e fáceis. Os primeiros prognósticos foram os melhores, passaram a piores e agora estão num intermédio. Como não me deixo iludir nas melhoras e sou teimoso como uma mula, vou continuando a iludir o destino que me está reservado à tantos anos.
Quase no fim do ano, depois de algumas privações, estou de volta ao trabalho, desta vez numa agência de publicidade, onde encontrei um excelente ambiente, onde reconhecem as minhas capacidades, valorizam-nas e dão-me carta branca para criar. Acredito que as coisas vão se proporcionar da melhor maneira, pois tem tudo para dar certo. Estou também de volta a Lisboa, sem ter ainda certezas do pouso final, mas já com algumas possibilidades. Até à concretização andasse no limbo e que 2008 traga aquilo que trago nas resoluções.
O melhor este ano:
A minha mãe pelo apoio incondicional e por ter-me convencido a ir ao hospital
As minhas primas por me fazerem acreditar que sou sempre bem vindo
Os amigos que voltei a encontrar e que tanto me têm apoiado em tudo
As muitas pessoas que se preocuparam com o meu bem-estar enquanto estive internado
A efervescente, por acreditar no meu valor profissional
O pior este ano:
Os problemas de saúde
A má conduta das pessoas com a minha situação profissional
A falta de carácter do meu pai, a qual já se tornou um hábito
A desilusão por continuar a acreditar que é possível certos impossíveis
O assalto à minha casa e o roubo do carro
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